quinta-feira, 17 de maio de 2012

Livros x Novas Tecnologias

Hoje acordei pensando em como incentivar o meu filho a ler mais. Talvez influenciada por uma das postagens que estou preparando, tudo bem. Mas não deixa de ser uma preocupação válida, e um questionamento interessante a se fazer.

Não falo de ler por obrigação. A leitura dos livros didáticos e paradidáticos é essencial e já faz parte do dia a dia deles. Falo daquela leitura que traz prazer. Uma leitura que faz parte do brincar. É ler um gibi, um livro sobre o espaço, uma aventura no egito ou no mar, como piratas...

Acho interessante o fato de que hoje os livros são bem mais interativos, mais dinâmicos, cheios de imagens e tantos recursos. Mas, as crianças estão mais envolvidas em um mundo à parte.  O mundo digital. E a tecnologia caminha para que esse envolvimento aumente ainda mais. Duvida?

Entre um ipad, um Nintendo DS, PlayStation, Wii, ou qualquer dessas tecnologias maravilhosas e um bom livro, o que você imagina que uma criança vai escolher para brincar naquele momento? Não estou falando de escolher um presente. Estou falando de ter vários objetos à disposição e imaginar qual deles a criança vai escolher para utilizar em determinado momento. E então, pensou? Perdeu muito tempo imaginando?

Foto de divulgação do Wii 1

Penso se elas é que estão erradas ou nós que estamos ultrapassados e resistindo à modernidade, da mesma forma que tantos pais costumam fazer na sua respectiva época. Agora, pense. Dos brinquedos colocados à nossa disposição quando éramos crianças, escolheríamos o que nossos pais desejavam ou achavam que era mais apropriado para brincar? E depois de anos de brincadeira, partindo do pressuposto que eles lhe permitiram o uso, qual o julgamento que você faria do uso desse "brinquedo"?

Coloquemo-nos no lugar de nossos filhos, mas com um pé na realidade. É certo deixar de brincar, de ler, de interagir com outras crianças, para ficar grudado em um jogo ou computador? Por outro lado, é certo resistir e excluir o jogo ou outras novidades do mundo da criança, se a tecnologia já faz parte da nossa realidade e nós mesmos não conseguimos viver sem ela?

Como já mencionei em outro post, não estamos aqui para julgamentos ou soluções de cinco minutos. Levanto essa questão apenas como possibilidade de reflexão. Somos os responsáveis por inserir os nossos filhos no mundo, mas a forma como o fazemos é algo bem particular. Cada pai sabe dos limites do seu filho, do contexto em que ele se enquadra. Cada um sabe o efeito que cada coisa vai fazer em sua cabecinha e vai definir o que é mais apropriado.

Eu, particularmente, acredito no uso com moderação. Tudo demais é veneno e, de menos, também pode ser. Uma dose de disciplina aplicada de uma forma mais lúdica até hoje não fez nenhum mal aqui em casa. É a hora de ir pra escola, hora de estudar, hora de brincar com os amigos ou primos... De noite, por que não um joguinho e depois ler um livro antes de dormir? 

Bem... não precisa deixar para ler somente antes de dormir. Tem tanta coisa que se pode fazer com uma história... Por exemplo, há poucos dias o meu apartamento se transformou em uma nave espacial para dois astronautas que se dão super bem e a minha mesa de estudo se transformou na "ponte de comando" dessa nave.  E tudo isso após a leitura parcial do livro "Atlas do Espaço", que ele ganhou de presente de uma amiga nossa. Isso pela manhã. Durante a tarde eles se transformaram em heróis da DC, depois de lerem trechos de um livro sobre esses heróis - presente dessa prima - e uma longa entrevista com o pai dele.

Scagell, Robin. Atlas do Espaço, 1ª ed.,  Editora: Girassol.

Créditos da foto

Observei nesse dia que, mesmo diante de tantos atrativos da mídia, um livro pode ser uma grande fonte de atração e inspiração, a depender do estímulo necessário e adequado para cada momento. É o estímulo para desenvolver, não a leitura em si, mas, a vontade de se fazer essa leitura.
(Obs.: já se passaram mais de 3 anos desde que escrevi esse post e ainda hoje o Gustavo continua apaixonado por esses livros)

Um grande abraço!

Carol S. Barroso

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