sexta-feira, 10 de julho de 2015

MUDANÇA DE HÁBITO - III

O segredo que todo mundo já sabe: alimentação saudável, atividade física e equilíbrio entre trabalho, família e as diversas atividades sociais continua sendo o plano perfeito para quem quer viver bem. Mas, temos que prestar atenção quando estamos saindo da linha sem perceber.

* A tal puxada de orelha da nutricionista da escola e a descoberta de prazeres que se conquistam devagar:

No meio dessa história toda de mudança nos hábitos alimentares e atividade física, muita coisa já havia mudado. A alimentação já estava bem melhor... Ora, arroz, pão e macarrão eram integral, os doces eram diet, ele jantava sopa ou sanduíche integral com queijo light, no lanche, uma vitamina light com frutas ou achocolatado. E considerávamos isso mais do que saudável, já que o resultado dos exames estavam bons. 

Mas, um belo dia fui chamada pela nutricionista da escola. Ele estava almoçando lá e ninguém conseguia convencê-lo a comer verdura ou fruta que não fosse banana. Falei para ela como estava sendo em casa, mas à medida que falava o quadro que me vinha à cabeça era que a minha cozinha estava mais ou menos no nível da figura abaixo:



E eu que pensava que a minha cozinha estava assim:

Shutterstock

A sugestão que ela me deu foi tão simples, tão fácil, e  ao mesmo tempo tão pequena, que saí do consultório achando que não iria funcionar, que levaria tempo demais para conseguir alguma mudança, mas que não custava nada tentar: adicionar um pouquinho de verdura misturada ao restante do prato dele. Começando por algo com o sabor fraco, como a alface, mas só um pedacinho bem pequenininho, na semana seguinte aumentaria só mais um pouquinho, na seguinte mais um pouco, no mês seguinte acrescentaria mais um pouco com mais um item e assim por diante

Testei. Comecei com um pedaço pequeno de uma folha de alface, rasgado em minúsculos pedacinhos. Duas semanas depois já tinha conseguido colocar uma folha de alface do tamanho da minha mão, bem rasgadinha e uns pedacinhos de tomate.

Convidei o rapaz para fazer o almoço no domingo e o meu candidato a Top Chef topou na hora. Essa experiência só perdurou por algumas semanas, mas o resultado foi que em seis meses esse é o prato preferido do domingo:

Berinjela empanada - com uma mistura de farinha de trigo integral, farelo de aveia,  torrada light triturada, linhaça dourada e marrom (trituradas) e chia -, salada de verdura e algumas vezes acrescentamos frango ou peixe grelhado.

Outras adaptações que foram aceitas, todas nesse sistema "devagar e sempre". Lógico que essa lista foi uma adaptação para a nossa realidade. O ideal é procurar um profissional da área, nutricionista, nutrólogo, para que seja 


Café da manhã: 
Pão branco - conseguimos substituí-lo por pão integral;
Tapioca - acrescentei, por sugestão da endocrinologista, 1 colher de sopa de uma mistura de grãos (chia, linhaça dourada e marrom trituradas e quinoa). Essa mistura deixo em um depósito separado e só misturo à goma (fécula de mandioca úmida) na hora do preparo. Ela ajuda a regular o intestino e a controlar o colesterol;
Café - conseguimos alternar, um dia café, outro leite e outro café com leite. Uso o leite semidesnatado e todos sem açúcar. Como ele é diabético foi a melhor solução;

Lanche: 
Frutas ou salada de frutas - banana, maçã e melão - com granola;
Torradas com manteiga e leite ou iogurte;
Vitamina ou Smoothie de frutas frescas (quando o lanche é em casa)

Almoço:
Arroz branco - substituímos pelo arroz integral orgânico. Geralmente, arroz com brócolis;
Feijão - continuamos usando quase todos os dias, mas algumas vezes trocamos por grão de bico, no fim de semana;
Carne - em regra, usamos frango ou peixe grelhados. Lógico que precisa de variações e um molhinho é bem-vindo... Molho de tomate, de mostarda com mel e iogurte etc.
Como tudo o que é proibido é mais apetitoso, bife à parmegiana continua uma tentação. Comendo fora não dá para adaptar, mas quando comemos em casa uso a mesma farinha que usamos na berinjela;
Saladas - saladas com alface americana e acelga são mais bem aceitas, pois o gosto é mais suave, mas couve, rúcula (em pequena quantidade), brócolis, cenoura cozida, chuchu cozido, berinjela, abobrinha, pimentão (vermelho, amarelo e verde), couve flor, tomate etc. Todos são ingredientes que foram sendo acrescentados ao longo dos últimos dois anos e hoje são aceitos, lógico que o preparo vai influenciar na aceitação.  

Lanche: 
O lanche da tarde varia, mas sempre segue o mesmo padrão do lanche da manhã;

Jantar:
Esse é o que mais sofre alterações, mas esses são alguns exemplos:
Smoothies de frutas;
Bruschettas - só o pão passado o alho e assado com pedaços de tomate, cebola e queijo (para começar é melhor sem o alho);
Berinjelas empanadas com salada;
Sanduíche light etc.


E enquanto durar esta vida temos que encontrar formas de nos adaptar a ela. Nem sempre é fácil. Mas até nas coisas difíceis podemos encontrar o prazer de viver. E os melhores desafios não devem ser fáceis mesmo.

Entregar-se; Deixar-se abater; Preferir adoecer do que se dar ao trabalho de mudar, seja por orgulho, por pena de si mesmo ou dos outros, por comodismo... ou mesmo para poder reclamar de tudo... Bem, até agora não ouvi falar que qualquer dessas coisas tenham valido a pena para ninguém. E olha que eu até gosto de reclamar um pouquinho.

Até hoje, o que aprendi é que viver vale a pena.

Um grande abraço!!!
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