domingo, 10 de junho de 2012

Montando o Cantinho de Estudo

Reorganizar a casa não é uma tarefa tão fácil...  

Então decidi dar uma pausa e pesquisar como poderia melhorar as coisas por aqui. Achei muitas imagens e dicas legais sobre montagem e organização do cantinho de estudo e, como tinha tudo a ver com o blog, trouxe um bocado para cá.

O problema é que, nas últimas semanas, a criatividade falhou e o post que tinha escrito foi condenado (por todos nós aqui em casa). Acho que o meu lado técnico resolveu se manifestar na hora errada: mais parecia um ato oficial.

Depois disso, resolvi cortar, resumir, aumentar... Enfim, mudei, troquei, organizei e procurei mostrar mais o que achei de interessante por aí. Ainda ficou um pouco técnico, mas espero que funcione melhor.

Montando o Cantinho de Estudo

Um lugar só seu para estudar pode ajudar a criançada a se concentrar, a se organizar e até a melhorar o seu rendimento escolar, mas para isso acontecer esse espaço deve ser pensado com um tantinho a mais de cuidado.  O ideal é contratar um profissional, mas nem sempre isso é possível.

Projeto da Oba! Arquitetura

A gente encontra muita inspiração legal pela blogosfera. Olha só esse projeto da Oba! Arquitetura. Dá vontade de entrar e se instalar. Mas é óbvio que esse projeto maravilhoso não vai se encaixar no perfil de toda e qualquer família.

Bem, o fato é que a gente se encanta, mexe, remexe, organiza, deixa tudo lindo, mas nem sempre a criança consegue utilizar aquele lugar para estudar.

É preciso buscar uma visão diferente. Além de avaliar as questões básicas, é preciso perceber gostos e entender as necessidades, caso contrário o espaço pode não surtir o efeito desejado. Alguns itens podem dar uma ajudazinha para montar esse lugar:

1 - Encontrar o local ideal – Geralmente se pensa no quarto, mas a verdade é que pode ser no quarto, na sala, no cozinha, na varanda ou mesmo na garagem. É algo bem pessoal. Vai depender do funcionamento da casa, das atividades da família e das características da criança.

O essencial é que o lugar tenha boa iluminação e ventilação, que seja tranquilo e o mais silencioso possível, pelo menos nos horários reservados ao estudo, de forma que facilite a concentração.


O passo seguinte é procurar perceber se os futuros usuários se sentem bem nele. Conversar e fazer com que se sintam mais importantes por ter um local específico para estudar pode ajudar e tem funcionado com a gente aqui em casa, inclusive para aprender a organizar e a ter mais autonomia. Vale a pena tentar. 
2 - Ergonomia ou Conforto Ambiental - Muita calma nessa hora! Não é preciso enlouquecer tentando cumprir cada regra utilizada pelos profissionais. Mas algumas dicas podem ajudar a escolher o mobiliário.




A mesa ideal para crianças deve ter bordas arredondadas, profundidade média 60 cm (dimensões que permitam estudar e dispor o material) e uma altura boa, compatível com a altura da cadeira, que deve ser confortável.

Ambas devem ser adequadas para o tamanho da criança, de forma que ela não precise se pendurar na mesa ou ficar agachada. A altura certa permite apoiar os pés no chão, manter a coluna ereta e se reclinar apenas levemente para conseguir estudar.

Armários, estantes, nichos e prateleiras são mobiliários que servem de apoio a esse lugar especial, possibilitando a sua organização. 

PS: Na hora de planejar, vale a dica de anotar antes quantas pessoas utilizarão o local, seus gostos, suas características, quais atividades irão ser realizadas, qual material será colocado à disposição. 

2.1 - Uma boa iluminação é essencial para tornar o ambiente agradável, tendo grande influência na concentração. Algumas dicas podem nos ajudar nessa tarefa. 

A iluminação natural é sempre a melhor. Talvez por isso tanta gente coloque instintivamente a mesa de estudo próxima à janela. O local é ótimo, mas necessita de tantos cuidados quanto a iluminação artificial. E as dicas abaixo valem para qualquer tipo de iluminação (natural ou artificial). 

Dois fatores cansam a vista, podendo atrapalhar a concentração e até mesmo provocar dores de cabeça, mas são fáceis de evitar:




a) Projeção de sombras – a localização da mesa ou do ponto de luz colocado em local inadequado pode gerar sombras. Elas distraem, tiram a concentração e podem cansar a vista.

iluminação geral no teto - projetando sombras
iluminação direta (luminária) - ofuscamento

Solução: procure posicionar a mesa de forma que a janela ou ponto de luz não projete sombras. Caso a pessoa seja canhota, o ponto de luz deve vir da direita, se for destra a luz deve vir da esquerda.



b) Ofuscamento – A luz incide diretamente nos olhos do estudante. Nesse caso o incômodo ainda é maior que no primeiro caso, além de tirar a concentração, pode provocar dores de cabeça e outros incômodos. 

  iluminação direta fixada no mobiliário
situação de ofuscamento


Solução: se a mesa estiver de frente para a janela e o sol incidir diretamente nela, a primeira ideia é mudar a mesa de lugar, ou mudar o horário de estudo. Antes de uma solução mais drástica, que tal experimentar se uma cortina fina, tipo voal, ou uma persiana, pode solucionar o problema?

No caso de iluminação artificial, é mais fácil fazer modificações e adaptações. Fiz alguns desenhos de situações que encontrei no livro “Projetando Espaços, de Miriam Gurgel, 2ª ed.. Editora Senac, São Paulo, 2004”, e acredito que irão ajudar no planejamento. 

Situações propícias:



A iluminação geral, em regra, é feita através de spots embutidos com utilização de fluorescentes. E, apesar da frequência da lâmpada fluorescente incomodar um pouco a vista de pessoas mais sensíveis, ela ainda é a mais adequada para esse ambiente. 

Caso não seja possível a iluminação embutida no teto, outras opções viáveis são os trilhos com spots externos ou calhas externas para lâmpadas fluorescentes. Iluminação embutida no móvel com utilização de fluorescente e luminárias direcionáveis podem complementar e tornar mais agradável. 

PS: Lembrando que as lâmpadas halógenas, comumente utilizadas em abajures e luminárias direcionáveis esquentam bastante.  

3 - Decoração - Esse lado é mais pessoal. Para executar essa parte leve em consideração os usuários do local, as idades, características, gostos, os materiais a serem disponibilizados e como ficarão dispostos.

É bom lembrar:







a) Informação demais gera poluição visual e, portanto, desconforto, dificultando a concentração. O ambiente deve ter cores neutras, deixando as cores mais fortes para detalhes e para os próprios materiais; 

b) Cada coisa precisa ter o seu lugar (espaço para livros e cadernos, outro para lápis, canetas, tesouras etc). Os objetos devem ser o suficiente para atender as necessidades. Quanto mais coisas, mais difícil fica para organizar;

c) Quadro de horário, lousa, quadro para recados etc. Esses elementos contribuem para a decoração e ainda ajudam na organização.

E aí vai mais fotos para servir de inspiração:



"blogmargaretearquitetando.blogspot.com"

"blogmargaretearquitetando.blogspot.com"

4 comentários:

  1. Muito Legal, estou montando um escritório/canto de estudos. Muitas vezes as cores e formas da decoração infantil são mais agradáveis do que a frieza do ambiente formal adulto!

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  2. Concordo com você, Yuri.
    Não sei se a gente se preocupa demais em transformar o ambiente em algo moderno, seguir tendências etc. Fato é que os ambientes infantis são mais acolhedores, transmitem um pouco mais de preocupação com a personalidade, conforto... Enfim, passam a ser mais atraentes.
    Boa sorte na sua empreitada!

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  3. Onde consigo obter informações sobre ergonomia infantil, você teria algum livro para indicar? Obrigada

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    Respostas
    1. Oi, Jamyle.
      Um livro específico sobre quarto infantil eu desconheço. Mas tem livros mais abrangentes muito bons que podem lhe orientar, fornecendo informações básicas e até alguns detalhes bem interessantes. O livro "Ergonomia - projeto e produção" do Itiro Iida é um clássico da ergonomia, bem abrangente sobre o assunto. Tem também os livros da editora Senac, da Miriam Gurgel, "Projetando Espaços, Design de Interiores" e "Projetando Espaços - Guia de Arquitetura de Interiores para Áreas Residenciais", eles são direcionados para esse tipo de assunto, embora não tão específicos, trazem informações básicas e dicas interessantes de como trabalhar o ambiente.

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