quarta-feira, 9 de outubro de 2013

PLANTE UMA SEMENTE DE PAZ

Pauta do fim de ano: Violência!
É só no que se escuta falar: violência em casa, no trabalho, nas ruas e até nas escolas.

Onde começou tudo isso e para onde estamos caminhando?

Percebemos que os nossos antepassados tomaram caminhos equivocados: as crianças eram (ou ainda são) punidas dentro de casa... a igreja punia; os tiranos puniam... e tantos de nós se manifestaram e ainda se manifestam contra as consequências funestas de tanta violência. 
A razão é óbvia: violência gera violência!

As instituições mudaram a forma de agir diante da cobrança da sociedade. E nós, como indivíduos, como estamos agindo?

O que tem me espantado nos últimos dias é que o medo - esse sentimento tão perigoso - vem provocando uma mudança de postura em pessoas boas: a maioria das pessoas vêm, aos poucos, passando a ser a favor da violência, desde que seja com os outros, enquanto dentro de casa os filhos não encontram limites. 

Os pais autorizam e até estimulam os filhos a baterem em outras crianças para não ficarem desmoralizados na escola, com a justificativa de que eles podem vir a sofrer bullying se não agirem logo.
Não existe outra solução para evitar o tão temido bullying ou para qualquer tipo de problema dessa espécie? 
E o diálogo? E a participação dos pais?
E ninguém leva em consideração o que o outro passou para provocar algum tipo de violência?
E o melhor - ou pior - é que ninguém tem nada a ver com isso! Cada um que cuide dos seus!
E quem será a próxima vítima? O meu? O seu? Uma sala inteira? E o agressor seria o mesmo? E os outros, continuarão a não ter nada a ver com isso? E se o agressor for o seu filho?

Entre os adultos o caso piora!
Os "bandidos" podem ser torturados e até assassinados que o autor está fazendo bem à sociedade! Pode ser considerado até um herói! 
E Direitos Humanos só deve existir para quem não comete erros?
Então, qual seria a sua real função?
E se foi um engano? Dá tempo consertar o dano?
E se o "bandido" vier a ser o seu filho?

Teria alguma coisa errada no rumo das nossas decisões e dos pensamentos que transmitimos aos nossos filhos. Ainda não encontramos o caminho ideal. Estamos no mesmo caminho dos ditadores, mudando apenas quem está no poder. 
A nossa sociedade entrou em crise e somos nós quem iremos dar um novo rumo a ela. E essa será a herança que deixaremos para nossos filhos, netos, bisnetos...

Pode parecer piegas, mas gosto da ideia de um mundo melhor, onde as pessoas conheçam umas às outras, se entendam, se compreendam, se aceitem e se ajudem. Onde todos somos iguais
e a todos é oferecida a oportunidade de ser feliz.

Nem sempre me preocupei com isso. 
Durante um bom tempo vivia com aquela ideia de que tudo era preto ou branco, de que as pessoas teriam de ser homem ou mulher, inteligentes ou tolas,  violentas ou tranquilas, mocinhos ou bandidos... 
Que não tendo condição de nos modificarmos, morreríamos da mesma forma como havíamos nascido. E tudo parecia tão complexo, muitas vezes confuso, até paradoxal... 

Eu, que sempre amei a liberdade, não conseguia permitir que pensamentos permeassem e abrissem a minha mente. Eu, que pensava que era livre, era prisioneira de mim mesma.

Mas a vida nos dá tantos presentes, dentre eles o tempo. 

Esse implacável cronômetro nos acompanha em nossa jornada, onde nos é permitido viver tantas experiências; que nos proporcionam o deslumbramento de nos acharmos melhores do que outros; que nos permite "quebrar a cara"; que nos faz baixar a cabeça; que nos esclarece e nos leva e reavaliar situações etc etc etc. Enfim, depois de tanto aprendizado vem o tempo nos conceder a possibilidade de comparar o que éramos com o que somos, para só assim encontrarmos um caminho melhor e definirmos o que seremos.


Percebemos, com o tempo, que as coisas não são taxativas; que as pessoas não são iguais; que todos os dias todos nós tanto erramos como acertamos; que são os erros percebidos que nos fazem crescer e melhorar; que as dificuldades servem para nos fortalecer; que olhar e tentar entender o outro nos acalenta o coração mais do que podemos imaginar... 
E percebemos que tudo isso faz parte da magia de viver!!!

E quando olhamos um pouco para trás e refletimos sobre o que vivemos, enxergamos o quanto caminhamos, o quanto crescemos, o quanto ficamos mais fortes. 
Mas também vem a sensação de que tudo isso ainda não foi suficiente para ser feliz...

É quando sentimos o outro, quando nos enxergamos em seu lugar, quando passamos a nos sentir mais responsáveis pelo mundo e com um desejo ainda pequeno de sermos melhor, que entramos na trilha para encontrar esse sentimento tão sonhado. 

Quando tiramos o foco de nós mesmos nos libertamos. 
Conseguimos nos olhar no espelho da alma sem desviarmos o olhar diante do que não gostamos de ver. Enxergamos que somos todos iguais! Percebemos que temos tanta coisa em comum! Que todos fazemos parte de um planeta e que tudo depende de todos para funcionar melhor! Que somos uma família, uma grande família!

Por um momento a visão fica turva. 
Tudo parece ainda mais complicado. Tudo fica tão diferente...
 É que estamos saindo de uma caverna, onde só enxergávamos ilusões criadas por nós mesmos. 

mito da caverna


Após o primeiro impacto, tudo isso vai nos tornando mais livres e descomplicados. 
E justamente nesses momentos, que parecem ser os mais inusitados, a felicidade chega, nos contagia e envolve até quem está a nossa volta. 



Não! 
Não é por acaso, mas por que aprendemos a enxergar a nós mesmos, aos outros e a vida por um outro ângulo. Ficamos mais sábios. Isso acontece aos poucos, tão aos pouquinhos que nem percebemos direito. 
E quando percebemos já estamos ali, sorrindo à toa, com a mente leve e o coração nas nuvens!

A maldade é uma fuga de si mesmo, uma forma de fugir dos medos que se apresentaram diante de nós em algum momento. E tanto é verdade que o medo nos deixa alterados, estressados. Diante do medo as nossas reações são semelhantes, nos tornamos agentes do erro e perdemos um bom tempo a tentar justificá-los. 
Tente colocar em palavras o que você fez diante do medo e perceberá um pouco do que estou tentando explicar.

A bondade, o amor, a vontade de sentir a paz é algo que faz parte do ser humano. Tanto que quando tentamos colocar em palavras tudo parece tão simplório, tão óbvio...

E quando nos deparamos diante de uma cena de grande sofrimento?
E diante da maldade?
Ou quando nos deparamos com alguém distribuindo amor da forma mais despojada?
O mundo - católicos e não católicos, até ateus - ficou admirado diante da postura do novo Papa Francisco. 
Por quê?

O ser humano tem necessidade de amor, mas o medo é que nos impede de amar.

Só para demonstrar trouxe um exemplo que dispensa palavras e que inspirou esse texto:



E esse vídeo eu trouxe por que a música expande a alma, e nesse caso resume tudo o que eu queria dizer aqui de uma forma muito mais bonita e tocante.



Fica o meu apelo para começarmos a fazer a nossa parte para mudar o mundo e acabar com tanta violência, mesmo que num futuro mais distante. 

Lembremos que uma resposta violenta não vai gerar amor.

Deixe a sua semente!

Um grande abraço!!!

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